Havia um garoto. Ele era um garoto normal, saudável, apesar de algumas infelicidades terem ocorrido em sua vida, assim como na vida de qualquer outro. Ele não acreditava no amor e achava que ficaria sozinho para sempre. Pessoas vieram e saíram de sua vida, muitas amantes de países longínquos iam e vinham.
Ele continuava com a crença de que não era amado, e não fazia questão de amar ninguém, mas no fundo sabia que queria. Mas existem muitas formas de amor e o que nunca lhe ocorreu é que apesar dos infortúnios e das infelicidades a família o amava, e muito. Eram o sangue do seu sangue, seus antepassados, aqueles que o viram crescer e o observaram se transformar em um monstro e ainda sim nutriam por ele o mais profundo e sincero dos sentimentos. Mas a amargura e os ideias corrompidos de uma pessoa podem fazê-la cruel. E mesmo sabendo do amor que a família tinha por ele, o garoto os desprezou e se isolou em sua torre, afastado do mundo.
Afinal, como diz aquele sábio, não tenha pena dos mortos, tenha pena dos vivos, e acima de tudo daqueles que vivem sem amor.